quarta-feira, 25 de março de 2009

Guimarães rosa e o cadeado

Meu amigo Alexandre Alliatti escreveu no blog dele (não deixe de ler clicando aqui) que o Riobaldo, do Grande Sertão: Veredas, apesar de parecer gay, na verdade, não o é. Caso contrário, ele não teria contado sobre sua paixão por Diadorim tão na boa, sem censuras. Além disso, segundo o Alliatti, se fosse homossexual, Riobaldo não teria tido várias mulheres e filhos.

Eu ainda não passei da 300ª página do Grande Sertão... Mas à medida que o tempo e as páginas passam, só fica mais claro que o Riobaldo é igual mormaço: parece que não queima, mas queima. Não interessa se o (a) Diadorim é mulher. Ele só vai descobrir isso depois de estar perdidamente apaixonado (obcecado, até). Ou seja, ele se apaixonou, desde cedo, por um homem. Por mais que tenha tido filhos e se casado, Riobaldo sempre amou alguém do mesmo sexo. Logo, é gay. Ou bissexual, quem sabe?

Mas tudo isso pra lembrar de uma história que eu ouvi numa mesa de bar lá na Lagoa da Saudade:

Depois de tantas cervejas, começou-se a se discutir quem era ou não era viado na faculdade. 'Esse é. Esse não é'. Até que chegou-se num nome. 'Esse é, certeza'. Aí, alguém retrucou: 'Não é não. Ele tem mulher e filhos'. Então, alguém, acho que foi o Fabrízio, encerrou o assunto de forma poética, num tom filosófico que só a cerveja, em boa quantidade, nos dá:

- Isso não tem nada a ver. Mulher e filho não são cadeados de cu.

Mas acho que nisso o Guimarães Rosa não pensou...

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